Iniciativas UE
Porquê as iniciativas europeias?
A Comissão Europeia (CE) tem como objetivo tornar a Europa líder em tecnologia digital e garantir que pessoas e empresas beneficiem da transformação digital para o fortalecimento e robustez da economia europeia. A estratégia digital da União Europeia (EU), Década Digital, visa explorar os benefícios desta transformação e colocá-los ao serviço das pessoas e empresas e contribuir simultaneamente para o objetivo de neutralidade climática na Europa até 2050. A Década Digital é assim um programa político que visa orientar a transformação digital da Europa com metas e objetivos concretos para 2030, visando capacitar empresas e pessoas para um futuro digital centrado no ser humano, sustentável e mais próspero, definindo nomeadamente os seguintes objetivos:
- garantir que 80% da população da UE tenha competências digitais básicas;
- garantir que 75% das empresas da UE utilizam a computação em cloud, a IA ou os megadados;
- duplicar o número de unicórnios da UE;
- garantir que mais de 90% das PME atinjam pelo menos um nível básico de intensidade digital;
- garantir que todos tenham acesso a conetividade gigabit, duplicar a quota da UE na produção mundial de semicondutores de ponta e criar 10.000 nós periféricos altamente seguros e neutros carbonicamente;
- assegurar que os principais serviços públicos estejam 100% na web, que 100% dos cidadãos tenham acesso a registos médicos na web e que 100% dos cidadãos tenham acesso a identificação digital.
Projeções para 2025
530%
aumento do volume global de dados
(de 33 zetabytes em 2018 para 175 zetabytes)
829 mil milhoes €
valor da economia de dados na EU27
(301 mil milhões de euros, ou seja, 2.4% do PIB da UE em 2018)
10.9 milhões
profissionais no setor dos dados na UE27
(5.7 milhões em 2018)
65%
percentagem da população da UE com competências digitais básicas
(57% em 2018)
À medida que a transformação digital, a sustentabilidade e a resiliência da cadeia de abastecimento vão moldando o panorama global atual, a soberania dos dados tornou-se uma prioridade crítica para as empresas europeias. Construir uma economia de dados que se alinhe com os valores europeus significa abordar os riscos associados à dependência, à privacidade e ao controlo dos dados. Neste contexto, a soberania – a capacidade de proteger e controlar os dados na Europa – surge como essencial, a par da interoperabilidade. É aqui que entram as iniciativas Gaia-X e IDSA, iniciativas pan-europeias que fornecem um conjunto de políticas e regras, artefactos de software, especificações e um quadro de verificação para permitir ecossistemas digitais descentralizados de confiança. Para além das iniciativas acima, a CE está a financiar dois projetos importantes neste domínio, o SIMPL e o DSSC.
A soberania dos dados é essencial para a competitividade e a segurança a longo prazo das indústrias europeias. A experiência em Cloud dos copromotores, ajuda a criar ecossistemas de dados seguros e interoperáveis em vários sectores, e a impulsionar a inovação com soluções escaláveis assegurando a soberania digital e a conformidade regulamentar, promovendo assim a colaboração intersectorial e permitindo que os utilizadores finais mantenham o controlo sobre os seus dados.
À medida que a Europa continua a sua jornada em direção à soberania dos dados, as iniciativas Gaia-X e IDSA oferecem às indústrias princípios para a construção de uma estrutura segura, escalável e compatível com a criação de ecossistemas de dados robustos.
Gaia-X
A iniciativa Gaia-X é estratégica, num âmbito em que os dados são cada vez mais um fator crítico para a criação de novos modelos de negócio, impulsionando a criação de ecossistemas de inovação e fomentando a competitividade e prosperidade económica europeia, necessários a uma posição de liderança da União Europeia na economia dos dados e da cloud, através de um ecossistema digital aberto, que permita às empresas europeias concorrer a nível global.
Esta iniciativa pretende a criação de uma infraestrutura de dados federada, escalável e segura com o objetivo de estabelecer um ecossistema, onde os dados são partilhados e disponibilizados através de relações de confiança, devolvendo aos utilizadores o efetivo controlo e soberania sobre os seus dados. O resultado será a criação de um sistema federado, ligando múltiplas Clouds e utilizadores num ambiente transparente, que potenciará e acelerará a nova economia de dados. Os drivers para a sua criação são:
- promover mais facilmente a partilha de dados;
- contribuir para um bem comum;
- repartir custos de implementação de uma solução de integração de dados, baseada em interoperabilidade, segurança e confiança;
- promover a coopetição;
- aumentar a visibilidade dos dados existentes;
- garantir a recolha de valor por parte dos donos dos dados;
- garantir a soberania sobre os dados partilhados;
- construir cadeias de valor ao longo de todo um ecossistema;
- construir uma base para o desenvolvimento de open science que promoverá maiores inovações e avanços industriais.
International Data Spaces Association
A International Data Spaces Association (IDSA) tem como missão criar o futuro da economia digital global via International Data Spaces (IDS), com base num sistema seguro e soberano de partilha de dados em que todos os participantes podem obter o valor total dos seus dados.
É assim possível que novos “serviços inteligentes” e processos empresariais inovadores funcionem entre empresas e indústrias, assegurando simultaneamente que o controlo autodeterminado da utilização dos dados (soberania dos dados) permanece nas mãos dos fornecedores de dados.
SIMPL
A Comissão Europeia está a financiar o projeto SIMPL – Smart middleware for a European cloud federation and for the European data space – que visa o desenvolvimento de:
- SIMPL-Open – Stack de software open source que alavancará não só os espaços de dados, mas também outras iniciativas de federação cloud-to-edge, e de
- SIMPL-Labs, um ambiente de demonstração para 1) experimentar a implementação, manutenção e suporte da stack simpl na fase inicial de criação dos espaços de dados sectoriais antes de se implementarem em ambiente de produção e 2) alguns espaços de dados com maior maturidade usarem este laboratório para verificarem o nível de interoperabilidade com a utilização da stack acima.
- SIMPL-Live, que são instâncias distintas da stack SIMPL-Open sob a forma de ambientes de produção personalizados para espaços de dados sectoriais em que a própria Comissão Europeia desempenha um papel ativo na sua gestão, como sejam o Public Procurement Data Space, the European eHealth Data Space e Language Data Space.
Data Space Support Centre - DSSC
A missão do DSSC é ajudar a criar Espaços de Dados Europeus Comuns que, em conjunto, promovam um ambiente seguro, interoperável e fiável para a partilha de dados. Esta iniciativa visa facilitar a reutilização de dados em diferentes sectores, respeitando os princípios da UE e beneficiando, em última análise, a economia e a sociedade europeias. Financiado pela Comissão Europeia ao abrigo do Programa Europa Digital, o DSSC visa principalmente o sector público e as empresas interessadas em criar espaços de dados soberanos.
O DSSC avaliará as necessidades de várias iniciativas de espaços de dados, identificará requisitos partilhados e definirá as melhores práticas para acelerar a sua criação deste Espaços de Dados, que são vitais para a transformação digital em todos os sectores, oferecendo o melhor apoio possível a estas iniciativas, em particular para garantir a interoperabilidade.